CMVM alerta: Influencers financeiros nas redes sociais estão sob vigilância

O presidente da CMVM, Luís Laginha de Sousa, garantiu que o regulador está atento à atuação dos chamados “finfluencers” em Portugal, especialmente a possíveis irregularidades como intermediação financeira sem autorização.

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) está a reforçar a vigilância sobre os chamados influencers financeiros — ou “finfluencers” — que utilizam as redes sociais para partilhar conteúdos relacionados com investimentos e produtos financeiros.

Durante uma audição no Parlamento em 22 de julho de 2025, o presidente da CMVM, Luís Laginha de Sousa, sublinhou que, apesar de não existir uma categoria formal de supervisão para “influencers”, o regulador “está atento aos comportamentos” que possam configurar práticas ilegais.

Segundo Laginha, algumas publicações nas redes sociais têm promovido investimentos sem a devida autorização ou enquadramento legal, o que pode colocar em risco investidores não profissionais. A CMVM já havia identificado dezenas de casos semelhantes em relatórios anteriores, incluindo situações de prospeção de clientes ilegítima e publicidade enganosa.

O presidente reforçou ainda que o simples uso de avisos como “isto não é aconselhamento financeiro” não basta para afastar responsabilidades legais. Assim, qualquer conteúdo que configure intermediação financeira ou recomendações de investimento pode estar sujeito às regras de supervisão e às correspondentes sanções.

Com este posicionamento, a CMVM pretende não apenas proteger os investidores, mas também clarificar os limites da atuação de finfluencers em Portugal, num momento em que o número de criadores de conteúdo sobre finanças pessoais e investimentos continua a crescer.